A primeira aula do curso de Engenharia Elétrica do Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Blumenau lotou o auditório da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), na segunda-feira (26), e reuniu, além dos acadêmicos, alunos de outros cursos do campus, profissionais de engenharia elétrica, autoridades e servidores.
O tema da aula magna foi A Importância do Profissional de Engenharia Elétrica na Sociedade Atual, ministrada por Roberto Krieger, conselheiro da Câmara Especializada em Engenharia Elétrica do CREA/SC. Krieger separou a palestra em duas partes; na primeira, apresentou um pouco do que é o sistema profissional e como funciona. Na segunda, passou informações básicas, como atribuições e responsabilidades do engenheiro eletricista.
Durante a solenidade de abertura, o coordenador do curso, Thiago Farias dos Santos, salientou que a data é histórica não apenas para o IFC, mas também para a cidade de Blumenau, que conta agora com um curso gratuito de Engenharia Elétrica. “Ter um curso federal, de qualidade, desta magnitude, não foi tarefa fácil. Pelo contrário, demandou grande esforço, principalmente em uma época em que os recursos destinados à educação estão cada vez mais escassos”, observou.
Thiago ainda lembrou que a ideia da criação do curso surgiu em 2015 e que, a princípio, havia sido pensado no curso de Tecnologia em Sistemas Elétricos. “A ideia da criação de um curso na área tecnológica surgiu da necessidade deste profissional para empresas do setor elétrico blumenauense e também para municípios vizinhos, que possuem expressiva participação no ramo elétrico”, explicou. Contudo, acrescentou o coordenador, depois no início dos trabalhos, percebeu-se a necessidade por profissionais de Engenharia Elétrica, principalmente pela flexibilidade técnica e competência intelectual deste profissional.
A reitora do IFC, Sônia Regina de Souza Fernandes, perpassou a história dos IFs, citando a ampliação da rede, que vem desde 2008, com a política de expansão e interiorização do Ensino Tecnológico no Brasil. “O nosso compromisso transcende a oferta de cursos, é um compromisso institucional, que concretiza uma política pública visionária, a única na história do país. O que isso significa para estudantes e servidores? Uma responsabilidade muito grande, porque a educação pública é algo que, para nós, é investimento; mas para alguns, é gasto. Então, não desistam, terminem o curso e devolvam para a sociedade aquilo que ela está dando, que é a oportunidade de cursar ensino superior federal”, frisou a reitora.
Já a diretora-geral, Marilane Maria Wolf Paim, parabenizou a comissão que esteve à frente do projeto de implantação do curso. “Existe todo um processo de construção, de pensar, pesquisar e executar, para que o curso oferecido tenha qualidade e para saber se realmente vamos contribuir com a região na qual o campus está inserido. Por isso, parabéns a todos os envolvidos!”, congratulou.
Também participaram da mesa de honra os diretores de Administração e de Ensino do campus, Patric Griseli e Thalia Camila Coelho, respectivamente.
A turma
Em uma turma com 33 matriculados até o momento, cinco são mulheres. Nayara Andressa de Souza, que é de Jaraguá do Sul, conta que a escolha do curso se deu pela afinidade com a área de exatas e também porque já atua com auxiliar técnica numa grande empresa da região. Sobre ser uma das poucas mulheres no curso, adianta: “Estou muito orgulhosa de ocupar espaço em uma área ainda tão masculina. Espero que outras meninas se sintam inspiradas”.
A paulista Vitória Vilela de Oliveira Pacheco acha interessante a inserção da mulher neste mercado. “Eu trabalhava em uma empresa em que havia três engenheiros e apenas uma engenheira eletricista. Precisamos ampliar este mercado para as mulheres”.
Recém-formados pelo campus Blumenau, os estudantes Guilherme Henrique da Silva, João Pedro Chula, Yuri Biske, Larissa Carolina Wetzel e Ricardo Amaro dos Passos retornam à instituição como calouros de Engenharia Elétrica, comprovando que a verticalização (que prevê que os estudantes tenham acesso a todas as etapas do ensino em uma mesma instituição) é uma realidade no IFC. Quatro deles se formaram no curso técnico de Informática integrado ao ensino médio e um no curso subsequente de Eletromecânica. “Vai ser bom voltar a estudar no campus, porque já conheço a qualidade da instituição e dos professores. Acredito que será uma experiência positiva”, adiantou Guilherme. Já o gaúcho Maurício Machado Lenhardt está ansioso para começar: “Tenho afinidade com disciplinas como Química e Física, então, a expectativa é conciliar as disciplinas que gosto à prática”.
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Texto e fotos: Gisele Silveira/Jornalista Cecom Campus Blumenau