Fossa Séptica e Filtro Anaeróbio: conceitos e dicas de manutenção é o título da cartilha apresentada aos estudantes de graduação em Química da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e dos cursos técnicos integrados ao ensino Médio do Instituto Federal Catarinense Campus Blumenau como resultado do projeto Avaliação do desempenho do sistema fossa séptica – filtro anaeróbico antes e após limpeza em residências da cidade de Pomerode. Além da cartilha, um artigo científico sobre o tema está em fase de produção.
O projeto, realizado de março a novembro de 2020, apresenta aos estudantes a importância de conhecer sistemas de tratamentos de efluentes, especificamente o de fossa séptica com filtros anaeróbicos. Além disso, debateu sobre poluição ambiental e a necessidade do saneamento básico em face do lançamento de efluentes diretamente nos rios, sem o tratamento adequado.
O professor do IFC Blumenau, Hélvio Silvester Andrade de Sousa, coordenou a atividade. Participaram também os discentes Helena Heloisa Hoffman, Priscila Lemke, Vanessa de Souza, do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio, e Matheus Bissoloti Bueno, do curso Técnico em Eletromecânica Integrado ao Ensino Médio (todos bolsistas e concluintes dos cursos em 2020), Elisângela Silva Lopes Ricardo, técnica em química do IFC, Rita de Cássia da Silveira Cordeiro, docente do IFC, Ane-Mery Pisetta, e Amarildo Otávio Martins, docente da UFSC.
Conforme explica Sousa, o projeto visa contribuir para a análise da eficácia do desempenho do sistema de fossa séptica – filtro anaeróbico de áreas residenciais do município de Pomerode, em Santa Catarina, com ênfase no estudo de abordagens que priorizem o aproveitamento do lodo anaeróbico. O coordenador relata que há, na literatura, várias alternativas em discussão para o problema da disposição do lodo anaeróbico, e uma delas é a reciclagem agrícola por meio da constituição de fossas ecológicas.
“Embora os benefícios ambientais e agrícolas da reciclagem de lodo sejam consideráveis, o reuso deve ser realizado de forma segura. É nesse sentido que o projeto versa a avaliação desses sistemas, uma vez que a estabilização e higienização do lodo são essenciais, pois agentes patogênicos tendem a sedimentar com o esgoto e se concentrar no lodo”, explica. Segundo ele, a matéria orgânica não estabilizada pode trazer problemas, como a geração de odores, e um condicionamento e enriquecimento insatisfatório do solo. “A exigência de limpeza anual do sistema de fossa séptica e do filtro séptico na cidade de Pomerode/SC pode provocar a retirada de todo o lodo anaeróbico, fazendo com que o sistema perca sua eficácia até que ocorra a recuperação do lodo ativo, que possui os microorganismos responsáveis pela degradação da matéria orgânica”, finaliza.
A cartilha está disponível para leitura: Cartilha
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Texto: Nanachara Sperb/Jornalista