O Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Blumenau formou na noite de sexta-feira (17/03), no Teatro Municipal de Pomerode, acadêmicos dos cursos de Bacharelado em Engenharia Elétrica, Licenciatura em Pedagogia e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. O evento reuniu colegas de turma, familiares, professores e técnicos administrativos.
Único da sua turma a se formar, João Victor de Medeiros Perez é o primeiro Engenheiro Elétrico formado pelo campus. Em um discurso emocionante, ele homenageou seus familiares. “Esse mérito é seu, mãe, que ainda uma criança, aos 17 anos, já tinha dois filhos e com minha idade já tinha os quatro. E, mesmo em meio às dificuldades, sempre fez de tudo para proporcionar o melhor para nós. Esse mérito é seu, pai, que aos 20 e poucos anos escolheu ser pai de duas crianças que não vieram de você, e abdicou de muita coisa pela nossa família. Esse mérito é de vocês, meus irmãos, que me ensinaram muito, principalmente a ter paciência”. João Victor também lembrou dos colegas de classe: “Homenageio meus colegas de turma que ainda não estão aqui, mas que, com persistência, em breve, chegarão”.
O acadêmico Nicolas Filipe Cunha, do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, observou que nesses anos dedicados ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento, tanto pessoal quanto acadêmico, a turma teve oportunidade de aprender com mestres e doutores da área. “Desde a base da lógica de programação até as avançadas arquiteturas de sistemas, recebemos suporte por parte desses professores, que nos ensinaram nas aulas, mas também no compartilhamento de experiências profissionais. A troca de conhecimentos entre alunos, professores e diversas pessoas em empresas diferentes, consolidou, para mim, o conceito de faculdade: o encontro entre a teoria e a prática”.
Em seu discurso, a acadêmica do curso de Licenciatura em Pedagogia Kimberly Soares de Andrade observou que a educação é apaixonante, mas desafiadora. “A educação não é um campo límpido e fluído, mas é um campo árduo e necessário. Quem aqui não escutou que ser pedagoga é apenas cuidar, trocar fraldas, alimentar, brincar? Acredito que muitas de nós vivenciamos essas falas. Um dos momentos mais bonitos desses quatro anos, para mim, foram as defesas de TCC, pois ali todas estavam torcendo umas pelas outras, com um intuito maior, claro, estar aqui essa noite, mas também porque sabíamos da responsabilidade da profissão que escolhemos. Citando uma frase de Paulo Freire: ‘a educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”.
A coordenadora do curso de Licenciatura em Pedagogia, professora Iris Weiduschat, paraninfa da turma, discursou sobre a profissão docente de forma quase poética: “Há muitos desafios a serem enfrentados e vencidos pelos/as professores/as, para que a educação não seja uma ‘ilusão em uma era de declínio’: quanto negativismo, mas também, quanto realismo. Pois saibamos romper! Há caminhos por onde podemos tecer juntas pelo sentido social da escola, como no fortalecimento do projeto político pedagógico da escola, no apoio da comunidade escolar e na união dos pares de nossa profissão docente, a nossa classe trabalhadora. E, na construção e reconstrução permanente do conhecimento a favor da vida da pessoa, da sociedade, do planeta”.
O diretor-geral, professor Aldelir Fernando Luiz, ressaltou que um ponto de chegada é também um novo ponto de partida. “Uma Instituição solidificada como o IFC, possibilita as bases para voos mais altos. O reconhecimento, em nível nacional, da qualidade do trabalho desenvolvido pelo IFC, compromete a instituição a zelar pela manutenção do elevado padrão de qualidade, e sobretudo, a buscar constantemente por uma instituição cada vez melhor e ainda mais compromissada com uma educação emancipadora, crítica e cidadã”.
A reitora do IFC, Sônia Regina de Souza Fernandes, chamou atenção para a importância da educação pública. “Estamos aqui para celebrar a conquista do ensino superior. Quem estudou história da educação sabe que este direito é recente, e que o acesso à educação pública, federal, como é o nosso caso, também é muito recente. E mesmo assim, ainda se constitui em 8% das vagas. As demais, mais de 80%, estão em instituições privadas com fins lucrativos. O restante do percentual está em instituições sem fins lucrativos, como as comunitárias. Isso significa que estar aqui é um privilégio, infelizmente. O privilégio parece uma coisa boa, mas nem sempre o é, porque às vezes é para poucos”.
A mesa de honra foi formada ainda pelo professor e patrono da turma do curso de Engenharia Elétrica Cássio Antunes; pelo professor Alessandro Braatz, paraninfo da turma de Engenharia Elétrica; pela professora e patrona da turma do curso de Pedagogia Sara Nunes; pelo professor e patrono da turma do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas Éder Augusto Penharbel.
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Texto/Fotos: Gisele/Silveira/Jornalista Cecom Campus Blumenau