Com o objetivo de compreender como a pontuação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é calculada, a estudante do curso técnico de Informática integrado ao ensino médio Milene Karine Gubetti desenvolveu um projeto, que vem chamando atenção nas feiras de matemática. A última premiação foi como destaque na XXXIV Feira Catarinense, que ocorreu em Massaranduba, entre os dias 24 e 26 de outubro.
Milene conta que a ideia do projeto surgiu a partir de uma experiência. “Em 2017, eu e alguns colegas fizemos o Enem. No mesmo dia, comparamos a quantidade de acertos e, quando saiu o resultado, comparamos as nossas notas. O resultado foi surpreendente. Pessoas com maior quantidade de acertos tiveram nota inferior a outras com menos acertos ou pessoas com a mesma quantidade de acertos com notas diferentes”, lembra ela.
Durante as pesquisas do projeto, intitulado Enem e o Desejo de Estimar Aptidões, Milene descobriu, com orientação da professora de Matemática Cássia Aline Schuck, que o método de correção do Enem é a TRI (Teoria de Resposta ao Item), que se difere da TCT (Teoria Clássica dos Testes). “A principal diferença entre essas teorias é que a TCT considera apenas a quantidade de acertos, enquanto a TRI considera quais questões a pessoa acertou e errou. Isso porque a TRI espera que se tenha uma coerência pedagógica no padrão de respostas”, explica Milene.
Para ilustrar, a estudante trouxe, na arte abaixo, dois personagens: Amanda e Pedro. Na imagem, percebe-se que, apesar de Pedro ter acertado questões mais difíceis, com pontuação maior, a nota dele foi menor do que a de Amanda, que acertou questões fáceis e médias. Contudo, o que se pode ver, é que o padrão de respostas de Pedro não foi coerente, pois a TRI considerou como chute e, por isso, a nota da Amanda foi superior:
Milene e a professora Cássia ainda compartilharam esse conhecimento com os alunos dos terceiros anos do campus, propondo um simulado do Enem, seguido de análise das respostas e cálculos da pontuação pela TCT e pela TRI. A aluna Sabrina Muller considerou uma experiência válida. “Muitos da turma vão fazer o Enem pela primeira vez este ano, e assim já conseguimos saber a nota a partir do método da TRI”, avalia.
O projeto foi ganhando forma e prêmios – destaque nas feiras municipal, regional e catarinense. Para Milene, ter a oportunidade de apresentar o projeto em feiras de matemática vai além de apenas expor o trabalho no dia. “Participar de uma feira é apresentar o desenvolvimento e os resultados de um projeto que levou meses de execução, contou com o apoio de várias pessoas e envolveu diversas disciplinas”, analisa.
Para a professora Cássia, participar das Feiras de Matemática é sempre uma experiência gratificante. “Encanta-me como ali se cria tempo e espaço dedicados a Matemática, as suas inter-relações com outras disciplinas e suas possibilidade de ensino, mostrando o estudo realizado e reverberando o amor a esta matéria em cada trabalho construído”.
Confira alguns cliques da Feira Catarinense de Matemática:
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Texto: Gisele Silveira/Jornalista Cecom Campus Blumenau
Fotos: divulgação do evento
Fonte da arte: http://blog.missaouniversitario.com.br/nota-enem-2016/